sexta-feira, 4 de abril de 2014

Incompetência do IPEA sobre pesquisa - São 26% e não 65% brasileiros que concordam que as mulheres devam ser estupradas por mostrarem o corpo.

MESMO COM O ERRO DO IPEA, 26% DOS BRASILEIROS SÃO A FAVOR DE SE ESTUPRAR MULHERES POR EXIBIREM O CORPO.

ISSO É UMA CRETINICE ABSURDA. NÃO HÁ NADA QUE JUSTIFIQUE ESSE PENSAMENTO E ATITUDE.


Ipea reconhece erro em pesquisa de estupro - 65% era 26%

Instituto reconhece erro na pesquisa que dizia que 65% dos brasileiros concordam que mulheres que mostram corpo merecem ser atacadas. Na verdade, são 26%

Wikicommons
mulher chorando
Sãoi Paulo - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou nota hoje em que reconhece erro na pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres”, que causou polêmica na semana passada. O número de maior repercussão mostrava que 65% dos brasileiros concordavam com a afirmação "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". Na verdade, o número é de 26%.
Compare a forma como os brasileiros de fato responderam à questão e, em seguida, como ela foi publicada na semana passada:
Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas (em %)
Correto
Discorda totalmenteDiscorda parcialmenteNeutroConcorda parcialmenteConcorda totalmente
58,4%11,6%3,4%12,8%13,2%
Errado
Discorda totalmenteDiscorda parcialmenteNeutroConcorda parcialmenteConcorda totalmente
24%8,4%1,9%22,4%42,7%
O diretor da área de Estudos e Políticas Sociais do instituto, Rafael Osório, pediu exoneração do cargo após o erro ter sido percebido.
Veja a nota do Ipea na íntegra:
"Vimos a público pedir desculpas e corrigir dois erros nos resultados de nossa pesquisa Tolerância social à violência contra as mulheres, divulgada em 27/03/2014. O erro relevante foi causado pela troca dos gráficos relativos aos percentuais das respostas às frases Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar e Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. Entre os 3.810 entrevistados, os percentuais corretos destas duas questões são os seguintes:
Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar (Em %)
Discorda totalmenteDiscorda parcialmenteNeutroConcorda parcialmenteConcorda totalmente
248,41,922,442,7
Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas (Em %)
Discorda totalmenteDiscorda parcialmenteNeutroConcorda parcialmenteConcorda totalmente
58,411,63,412,813,2
Corrigida a troca, constata-se que a concordância parcial ou total foi bem maior com a primeira frase (65%) e bem menor com a segunda (26%). Com a inversão de resultados entre as duas questões, relatamos equivocadamente, na semana passada, resultados extremos para a concordância com a segunda frase, que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos meios de comunicação e motivou amplas manifestações e debates na sociedade ao longo dos últimos dias.
O outro par de questões cujos resultados foram invertidos refere-se a frases de sentido mais próximo, com percentuais de concordância mais semelhantes e que não geraram tanta surpresa, nem tiveram a mesma repercussão. Desfeita a troca, os resultados corretos são os que seguem. Apresentados à frase O que acontece com o casal em casa não interessa aos outros, 13,1% dos entrevistados discordaram totalmente, 5,9% discordaram parcialmente, 1,9% ficou neutro (não concordou nem discordou), 31,5% concordaram parcialmente e 47,2% concordaram totalmente. Diante da sentença Em briga de marido e mulher, não se mete a colher, 11,1% discordaram totalmente, 5,3% discordaram parcialmente, 1,4% ficaram neutros, 23,5% concordaram parcialmente e 58,4% concordaram totalmente.
A correção da inversão dos números entre duas das 41 questões da pesquisa enfatizadas acima reduz a dimensão do problema anteriormente diagnosticado no item que mais despertou a atenção da opinião pública. Contudo, os demais resultados se mantêm, como a concordância de 58,5% dos entrevistados com a ideia de que se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros. As conclusões gerais da pesquisa continuam válidas, ensejando o aprofundamento das reflexões e debates da sociedade sobre seus preconceitos. Pedimos desculpas novamente pelos transtornos causados e registramos nossa solidariedade a todos os que se sensibilizaram contra a violência e o preconceito e em defesa da liberdade e da segurança das mulheres.
Rafael Guerreiro Osorio* e Natália Fontoura
Pesquisadores da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc/Ipea) e autores do estudo
* O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea pediu sua exoneração assim que o erro foi detectado."
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